7. sábado não existe

o processo de cura deixa muito a desejar sobre final.

não li as cicatrizes como sempre leria.

tal fórmula para me deixar bem é simples, um pouco de antidepressivos com um bom vinho, fácil  fácil como fazer um abate.

odiei a forma como meus olhos sangraram após ir embora. quem sou eu pra me julgar?

tanta merda diante de tanta distimia, não iria valer a pena.

você fez meus sentimentos se perguntarem o que fazíamos ali.

tudo está desmoronando aqui dentro.

ficar perto de você é como correr para dentro do carro na chuva, presto atenção, mas a ansiedade me cega . como um flash numa luz negra, eu fico confusa .

o que vou fazer depois de tantas promessas para mim mesma?

beber e fumar não adentram na minha alma como eu gostaria, tudo que passa por fora nem chega a fazer um arranhão aqui dentro.

faz dias que aumentaram minha dose, mas todos os cantos cinzas do meu corpo só reconhecem um lugar certo: você.

há tempos que não escrevo assim, sobre todas as coisas me machucam. mas por que agora? por que porque por que porquê

você me usa como um vídeo de 20 minutos que não faz sentido.

como segundos que são pra valer, sem nenhuma valor.

os sábados já não são mais os mesmos.

não tenho sentido nada em relação a você.

mas despertar minha depressão é coisa do passado, tudo surge agora por sua culpa?