o inferno que foi não te conhecer

Concordei em deixar pra lá.
(Deixar você ir foi a coisa mais difícil que eu já fiz)
Em dois meses, chorei todo os dias
Em três, vomitava toda vez que lembrava do seu toque. E de como ele se encaixa perfeitamente em outra pessoa.
Em 4, tinha perdido três quilos e metade da minha sanidade.
Em 5, voltei a sair da cama. Tirei as melhores notas. Minha boca conheceu tantas pessoas que o Carnaval parecia que tinha chegado mais cedo.
Em 11 meses, você não existia.
No 12°, você surgiu. De propósito. E lembrou tudo de ruim que aconteceu. Jogou na minha cara meus erros. Me deixou horrível de novo, mas esperei o ano acabar pra recomeçar.
No primeiro dia do ano, eu esqueci de contar. e tudo voltou ao que nunca foi. conheci a mim mesma num script mal feito, ainda bem que nunca fui cineasta. só depressiva. “precisa de uma ajuda?” seu fantasma me olhou, debochado. mandei ele ir a merda. deixa que eu pego o ônibus sozinha. é 10 da noite e eu não quero ir pra sua casa.
esqueci onde você mora. gosto de desafios.
aliás, quem é o você que eu tanto falo? só conheço fantasmas de vidas que nem morri, só resnasco toda vez que pinto meu cabelo de cor diferente.
suzie may voltou pra casa dela, e se perdeu do seu fantasma e, o mais importante, do demônio que o acompanhava.
você vai vagar pelo inferno sozinho.
e vai contar os dias como eu.
a única diferença
é que eu tenho uma liberdade que você nunca vai conhecer.

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